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terça-feira, janeiro 10, 2012

Os governos municipal, estadual e federal e suas plataformas de comunicação

Os governos municipal, estadual e federal e suas plataformas de comunicação

Sou publicitário com 35 anos de carreira orgulhosamente construídos sobre uma elite de bons antecedentes profissionais, alguns tendo se tornado história pela contemporaneidade, modernidade e comprometimento com o bem comum, tanto como empresário ou como profissional liberal.
Apesar de especializado em marketing político e estratégias eleitorais e com histórico vencedor de campanhas políticas coordenadas ou dirigidas por mim em várias cidades do país, jamais me permiti aceitar qualquer envolvimento com a administração pública nas 3 esferas de poder. Nunca aceito cargos, nomeações ou indicações, nunca faço lobby ou obtenho favores como "mérito" de uma campanha bem dirigida e vencedora.
Apenas aceito minha contratação profissional: vou lá, coordeno ou dirijo a campanha. Encerradas as eleições, vencedora ou não, recebo meu cheque relativo ao meu fee, arrumo as malas, tomo o avião e volto pra casa com mais um bom antecedente profissional, mais uma missão cumprida!
Da mesma forma, quando me tornei empreendedor da propaganda em março de 1986, defini desde então como diretriz na Dinâmica Propaganda e Comunicação Ltda. - que também fez história e foi referência de mercado, jamais aceitar contas públicas. Cumpri esta Missão!
Esta postura se deve à minha total isenção e discordância profissional da forma como os órgãos públicos tratam as verbas e os investimentos publicitários: no meu entender, é uma constante afronta à sociedade desde que me tornei publicitário nos idos de 1976, na Rede Tupi de Televisão / S.A. Diário de São Paulo.
Senão, vejamos:
Apenas esta semana, ora residindo em Juiz de Fora, vi vários canais da TV aberta veiculando anúncios das prefeituras de Belo Horizonte, Montes Claros e Varginha, e de outros municípios mineiros (alguns com a absurda presença de prefeitos municipais me "desejando feliz 2012", como o de Padre Paraíso, pela Band. Sequer os conheço e suas cidades têm pouca influência direta sobre nossa vida diária!). Pergunto: acaso moro numa dessas cidades? E você, juizforano?
Ao contrário, estamos a 300 km ou mais de distância delas.
Isto é afronta à sociedade, pois a propaganda tem um cálculo técnico chamado CPM - custo por mil, que nós profissionais conhecemos muito bem quando fazemos um plano de mídia de excelência técnica para anunciantes. Nas análises que fazemos como profissionais de mídia focamos sempre o anúncio certo, a linguagem certa e para o consumidor certo, aquele a quem realmente nos interessa atingir com determinado anúncio para vender uma ideia, um produto ou um conceito!
CPM significa: quanto custará o investimento de um anúncio de 30" para atingir mil habitantes (telespectadores)? São esses cálculos técnico-financeiros que nos permitem otimizar a melhor relação custo-benefício de uma campanha publicitária. Daí, pergunto eu:
De que me interessa ver ou ouvir comerciais de Prefeituras distantes 300 km de minha base e sem influência direta em minha cidadania local?
Mas estas plataformas de comunicação de órgãos públicos, salvo raríssimas exceções, são "fórmulas mágicas" que governantes têm para "vender" seu peixe e se auto-promoverem às custas do dinheiro público, do imposto que o cidadão belorizontino ou de Varginha paga para a benesse pessoal de um determinado político.
Da mesma forma, volta-e-meia me defronto com campanhas publicitárias esplendorosas, principalmente de governos estadual e federal, tentando nos vender a ideia de que tudo funciona às mil maravilhas na educação, no transporte público ou na saúde, quando na verdade e na realidade dura e crua da sociedade nossos professores ganham mal e ministram aulas respirando giz o dia inteiro (recurso tão ultrapassado no século 21 e na era da Tecnologiada Informação!), nossos hospitais continuam sucateados e com péssimo atendimento e nossas rodovias, portos e aeroportos significam o maior entrave para o desenvolvimento da nação, o tal do custo Brasil!
Volta-e-meia, repito, nos confrontamos com campanhas publicitárias esplendorosas, principalmente dos governos estadual e federal, tentando nos vender a ideia de que tudo funciona às mil maravilhas... É mentira oficial paga com nosso imposto! Continuemos...
Recentemente, a Prefeitura Municipal de Juiz de Fora anunciou o investimento publicitário para a "prestação de contas" de suas "ações administrativas" em 2012: apenas e tão somente R$ 5 milhões!
Choquei-me com o valor, suficiente para a construção de duas UPA's - Unidades de Pronto Atendimento equipadas com o que há de melhor na atualidade. Enquanto isto a população padece com escolas, hospitais, saneamento básico etc. depauperados pelo mau gerenciamento da coisa pública!
Sem contar que o Prefeito Municipal com esta gorda verba projeta sua "imagem" de bom moço num raio de 300 km, atingindo mais de 200 municípios da Zona da Mata Mineira, quase 3 milhões de habitantes, plantando sementes de sua imagem de "bom moço" para campanhas futuras, perpetuando na mente das pessoas o seu nome, a sua "grife política" que o perpetua no poder, sempre!
Nada contra qualquer político vender e promover sua imagem de "bom moço", desde que seja com seu próprio recurso, nunca com o dinheiro público e "oficialmente" aprovado por seus pares e por legislações estapafúrdias.
Da mesma forma, tal colocação se expande para outras esferas de poder, cada um na sua dimensão e proporção da verba publicitária investida (melhor dizendo, dinheiro nosso jogado fora!).
No meu entendimento, afirmo com a frase: Para cada tostão de anúncio gasto, um voto futuro conquistado sem a necessária sustentação!
A sociedade precisa acordar para o fato de governos usarem verbas públicas para investimentos publicitários que apenas e tão somente perpetuam suas imagens, seus partidos, nomes e posições políticas, sempre buscando a vitória na próxima campanha eleitoral.
É tão mais fácil, barato e constitucional prefeitos, governadores, ministros e presidentes instalar painéis eletrônicos em cada cidade ou capital, que mostraria diariamente as ações administrativas e, portanto, a prestação de contas de suas ações mas para e tão somente dirigido ao público que interessa: munícipes e moradores locais. Um exemplo: um painel no Calçadão da Rua Halfeld, atualizado diariamente informando as boas ações da Prefeitura Municipal. A notícia corre de boca-a-boca desde que o mundo é mundo. Chamamos isto de propaganda boca a boca!
Há uma profunda distorção no uso desses recursos. Cabe aqui ressaltar e colocar em discussão a seguinte questão:
Afinal de contas, o que nos interessa mais: o dinheiro público sendo usado em anúncios glamourosos, lindos e maravilhosos nas mídias impressa, eletrônica ou digital ou o esse mesmo dinheiro sendo aplicado na construção de estradas, no saneamento básico, na saúde, na educação etc. etc.?...?
Tenho dito!

Este artigo teve resumo publicado no Jornal Tribuna de Minas, de Juiz de Fora MG, em 18.01.2012 - Página 2, Opinião, sob o título "Plataformas de Comunicação".

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