Os postos policias de Juiz de Fora versus a omissão e o desprezo do Poder Público na Segurança Pública
Fatos
- Relatos - Negociações – Resistências
Foram dias,
meses, um ano e ½, de árduo trabalho abnegado e abrindo mão de nossos afazeres
profissionais por muito tempo. Principalmente na parte da manhã, quando Otacílio Pereira do Valle, Edward Ávila Thomé. Orlando Manera, Jean Nery Alvarez Coutinho, eu
e outros nomes juizforanos que, com a bandeira do Rotary Club Juiz de Fora, muito suor e dedicação começamos uma
longa caminhada para conquistar e presentear a cidade com os Postos Policiais.
À época,
1984, com a nova BR-040, a cidade passou a ter inúmeras entradas e saídas,
(antes só duas, pela histórica União-Indústria), o que permitiu aumentar de 3
para 8 o número de veículos furtados por dia em Juiz de Fora, além do
incremento de roubos, furtos e da violência, pois a cidade permitia fugas
rápidas em várias saídas, trazendo bandidos do Rio de Janeiro e região para cá.
Algo para limitar isso tinha que ser feito com urgência!
Daí, em
reuniões no Rotary Club JF São Mateus,
nasceu a idéia do empreendimento: construir 5 novos Postos Policias nas
entradas da cidade. Mas como?
Com a dedicação
de alguns rotarianos que abriram mão de suas atividades profissionais e, de
pires na mão, atravessaram a cidade pedindo doações, materiais de construção,
equipamentos etc.:
Da Prefeitura de Juiz de Fora, veio o
apoio incondicional para a cessão de terrenos e suporte para a infra-estrutura
próxima aos Postos;
Da antiga Telemig, vieram sistemas de telefonia e
telefones púbicos comunitários;
Da Polícia Federal do Rio Grande do Sul,
sob autorização judicial, consegui rádios-transmissores e armas, apreendidos em
contrabando;
Da Polícia Militar de Minas Gerais, do
glorioso 2 de Ouro, vieram 80 homens
treinados e preparados para assumir a função de proteção das saídas e entradas
da cidade;
Da Construtora Europa, veio a construção e
reforma dos 5 Postos;
Da Dinâmica Propaganda e Comunicação Ltda.,
vieram as estratégias de comunicação e veiculação;
Da Malharia Master Ltda. (Me lembro bem e
orgulhosamente!), em solenidade de lançamento da campanha na Câmara Municipal de Juiz de Fora, veio
o primeiro cheque de doação, de valor surpreendente à época, que permitiu o
início das obras.
* * * * *
Passaram-se
meses e volta-e-meia, em solenidades públicas, inauguramos um a um cada Posto
Policial: no Bairro Industrial (perto da B&D), em Teixeiras, no Bairro de
Lourdes, na reforma do Posto da Grama e na reforma do Posto da Vila Olavo
Costa.
Após 1 ½ ano,
entregamos 5 Postos Policiais Comunitários equipados, novinhos em folha e em
funcionamento, por obra e graça de cidadãos juizforanos dedicados à cidade!
* * * * *
Hoje, quase
30 anos passados, vertem lágrimas nos meus olhos quando passo por qualquer um
dos Postos. Neles existem apenas placas comemorativas de lançamento, Postos
Policias esses que, hoje, por usa inoperância, desonram e mancham o nome do Rotary Club e de rotarianos, assim como
eu, que colocaram veementemente “a mão na massa” e presentearam a cidade com os
Postos.
É desrespeito
por parte da Secretaria de Segurança
Pública de Minas Gerais;
É desrespeito
por parte da Prefeitura Municipal de
Juiz de Fora – e de todos os Prefeitos que permitiram que eles ficassem em
estado de calamidade, como agora estão;
É desrespeito
à antiga Telemig, à Malharia Master, à Construtora Europa e a cada
cidadão ou empresa que doou algum dinheiro ou equipamento para nossa
conquista;
É desrespeito
à sociedade juizforana, que teve
seus índices de violência, roubos e furtos agravados nos últimos anos;
É desrespeito
à cidadania!
Assim, em meu
nome e com certeza, em nome do Rotary
Club e em nome de todos os acima citados, eu exijo:
EU QUERO OS POSTOS
POLICIAS COMUNITÁRIOS DE JUIZ DE FORA EM OPERAÇÃO NOVAMENTE!
EU EXIJO!
Afinal, eu ajudei a construí-los! Tenho
dito!
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