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terça-feira, novembro 07, 2017

Juiz de Fora perderá o bonde da história? Ou o Grupo M. Dias Branco colocará lenha na fogueira?

Juiz de Fora perderá o bonde da história? Ou o Grupo M. Dias Branco colocará lenha na fogueira?
 
Juiz de Fora precisa despertar para o futuro definitivamente.
Sou juizforano, 62, andarilho pelo Brasil e conhecedor de cidades pujantes ou medíocres. Fico triste em perceber que Juiz de Fora está mais para medíocre do que para pujante, empreendedora e dinâmica. E, mais uma vez, estamos correndo atrás do bonde da história.
Você aí, conhece o Grupo M. Dias Branco? É um dos maiores grupos empresarias do País, com mais de 60 anos de história. Estão empenhados em vir para Juiz de Fora. A reboque, provavelmente trarão sua Construtora, também. Só que não!
Veja só, o Grupo foi fundado em 1936 pelo português Manuel Dias Branco, em Fortaleza/CE. De lá para cá, são 12 unidades fabris pelo Brasil produzindo massas, biscoitos, derivados de trigo etc., alimentando a mesa de milhões de brasileiros.
A 13ª Unidade está, inicialmente, programada para ser construída em Juiz de Fora, com negociações feitas com os poderes públicos Municipal e Estadual, há tempos atrás.
Mas, um passarinho me contou baixinho no ouvido que:
1. Ao que parece, o Grupo M. Dias Branco cansou da falta de empenho do Prefeito e do Governador de MG na conclusão de negociações para o elevado investimento que aqui farão, da ordem de R$ 100 milhões. Esse é apenas o valor inicial de investimentos feito por um gigante do setor alimentício, que tenderá, logicamente, a aumentar através do anos.
Mas é lógico que tamanho investimento exige reciprocidade e algumas benesses. No longo prazo, a cidade se beneficia com a arrecadação de impostos e a geração de empregos direitos e indiretos.
No curto prazo, centenas de empregos serão gerados na construção do empreendimento. Ainda mais na atual crise que o País enfrenta, com longa recessão.
Mas no meio do caminho, tem uma acesso a ser construído que, acho eu, está apenas no papel e ainda não chegou no Porto Seco, na BR.040. Daí, o bonde vai passando...
2. Um tal de Geraldo Alckimin, Governador de São Paulo, faz de tudo para o Grupo permanecer com sua unidade em Jaboticabal/SP.
Será que o passarinho que me cantou está certo?
Ou será que um jogo de empurra-empurra político está fazendo o passarinho cantar?...
Acho que sim.
Afinal, anos já se vão em que nada de novo acontece em Juiz de Fora.

Ah, o passarinho cantou também que o Grupo adora Juiz de Fora.
Enquanto isso, na Prefeitura Municipal e no Governo do Estado de MG, eles, mais uma vez, estão perdendo o bonde da história.
Cantos ouvidos de um passarinho por um homem de marketing e publicitário, andarilho, que já viu o bonde passar por aí!
Webert Machado
Publicitário e executivo de marketing

domingo, fevereiro 19, 2017

Provocante Reflexão, de Ruth Manus


Provocante Reflexão =
"O cenário é mais ou menos esse: amigo formado em comércio exterior que resolveu largar tudo para trabalhar num hostel em Morro de São Paulo, amigo com cargo fantástico em empresa multinacional que resolveu pedir as contas porque descobriu que só quer fazer hamburger, amiga advogada que jogou escritório, carrão e namoro longo pro alto para voltar a ser estudante, solteira e andar de metrô fora do Brasil, amiga executiva de um grande grupo de empresas que ficou radiante por ser mandada embora dizendo “finalmente vou aprender a surfar”.
Você pode me dizer “ah, mas quero ver quanto tempo eles vão aguentar sem ganhar bem, sem pedir dinheiro para os pais.”. Nada disso. A onda é outra. Venderam o carro, dividem apartamento com mais 3 amigos, abriram mão dos luxos, não ligam de viver com dinheiro contadinho. O que eles não podiam mais aguentar era a infelicidade.
Engraçado pensar que o modelo de sucesso da geração dos nossos avós era uma família bem estruturada. Um bom casamento, filhos bem criados, comida na mesa, lençóis limpinhos. Ainda não havia tanta guerra de ego no trabalho, tantas metas inatingíveis de dinheiro. Pessoa bem sucedida era aquela que tinha uma família que deu certo.
E assim nossos avós criaram os nossos pais: esperando que eles cumprissem essa grande meta de sucesso, que era formar uma família sólida. E claro, deu tudo errado. Nossos pais são a geração do divórcio, das famílias reconstruídas (que são lindas, como a minha, mas que não são nada do que nossos avós esperavam). O modelo de sucesso dos nossos avós não coube na vida dos nossos pais. E todo mundo ficou frustrado.
Então nossos pais encontraram outro modelo de sucesso: a carreira. Trabalharam duro, estudaram, abriram negócios, prestaram concurso, suaram a camisa. Nos deram o melhor que puderam. Consideram-se mais ou menos bem sucedidos por isso: há uma carreira sólida? Há imóveis quitados? Há aplicações no banco? Há reconhecimento no meio de trabalho? Pessoa bem sucedida é aquela que deu certo na carreira.
E assim nossos pais nos criaram: nos dando todos os instrumentos para a nossa formação, para garantir que alcancemos o sucesso profissional. Nos ensinaram a estudar, investir, planejar. Deram todas as ferramentas de estudo e nós obedecemos. Estudamos, passamos nos processos seletivos, ocupamos cargos. E agora? O que está acontecendo?
Uma crise nervosa. Executivos que acham que seriam mais felizes se fossem tenistas. Tenistas que acham que seriam mais felizes se fossem bartenders. Bartenders que acham que seriam mais felizes se fossem professores de futevolei.
Percebemos que o sucesso profissional não nos garante a sensação de missão cumprida. Nem sabemos se queremos sentir que a missão está cumprida. Nem sabemos qual é a missão. Nem sabemos se temos uma missão. Quem somos nós?
Nós valorizamos o amor e a família. Mas já estamos tranquilos quanto a isso. Se casar tudo bem, se separar tudo bem, se decidir não ter filhos tudo bem. O que importa é ser feliz. Nossos pais já quebraram essa para a gente, já romperam com essa imposição. Será que agora nós temos que romper com a imposição da carreira?
Não está na hora de aceitarmos que, se alguém quiser ser CEO de multinacional tudo bem, se quiser trabalhar num café tudo bem, se quiser ser professor de matemática tudo bem, se quiser ser um eterno estudante tudo bem, se quiser fazer brigadeiro para festas tudo bem!
Afinal, qual o modelo de sucesso da nossa geração?
Será que vamos continuar nos iludindo achando que nossa geração também consegue medir sucesso por conta bancária? Ou o sucesso, para nós, está naquela pessoa de rosto corado e de escolhas felizes? Será que sucesso é ter dinheiro sobrando e tempo faltando ou dinheiro curto e cerveja gelada? Apartamento fantástico e colesterol alto ou casinha alugada e horta na janela? Sucesso é filho voltando de transporte escolar da melhor escola da cidade ou é filho que você busca na escolinha do bairro e pára para tomar picolé de uva com ele na padaria?
Parece-me que precisamos aceitar que nosso modelo de sucesso é outro. Talvez uma geração carpe diem. Uma geração de hippies urbanos. Caso contrário não teríamos tanta inveja oculta dos amigos loucos que “jogaram diploma e carreira no lixo”. Talvez- mera hipótese- os loucos sejamos nós, que jogamos tanto tempo, tanta saúde e tanta vida, todo santo dia, na lata de lixo."
Ruth Manus